segunda-feira, 28 de abril de 2014

Vagalumes


busca-se autenticidade no silêncio
porque se sabe, instintivamente
que o barulho ofusca os pensamentos
tal como os faróis confundem os olhos

busca-se serenidade no balanço do mar
como se em cada onda quebrada
acendesse um lume que vaga
dispersando a lua em mil arandelas

busca-se um fim no começo
paz no amor, o presente no laço
busca-se a si mesmo, fora de si
como se a vida se passasse num espelho

Maga

 
eu pego carona no vento
sigo os aromas frutados
que destilado o álcool
viram doses de essência

e com elas me banho
ou me embriago
depende da sede, da vida
 da pretensão do momento
sortilégio e efeito

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Fruta

 
é vontade de estar junto
de grudar e melar
é fogo que sobe pela pele
malucando os pensamentos
aguando a língua
amolecendo recatos
tão desnecessários
quando a fruta surge
entre a mordida e a fome
 
 


terça-feira, 15 de abril de 2014

Paradoxo

 
 sopra-me
não vês que me ofereço?
sopra-me
todas as vezes que me aquecer
sabes o que faz em mim
esse teu sopro gélido?

de certo que não me arrefece...


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Prisma

 
o amor faz o mundo ficar tão pequeno
uma mão cheia de beijos
faz mais ondas em mim
que um oceano inteiro


terça-feira, 8 de abril de 2014

Babel

 
faço do teu abraço meu abrigo
da tua boca os meus livros de poesia
que são escritos em tantas línguas
quanto a imaginação invente