segunda-feira, 28 de março de 2016

Tolo

 
para onde a gente volta
quando tudo está destruído
em que canto eu me abrigo
se o inferno está em mim
se são as paredes do meu coração
que estão em ruína

de onde eu continuo minha poesia
se você arranca do nosso livro
todas as páginas que foram escritas
como sigo em frente
se para onde quer que eu vá
levo esse vazio cheio de mim
 
 


domingo, 13 de março de 2016

Dicotomia

 
 
às vezes acho que meu discernimento
vive no crepúsculo dos argumentos
indeciso entre razão e instinto
ora é o imaginário que abre o vão das cortinas
ora são os fatos tocando alto o som da campainha
quem sabe me dizer onde fica o limiar
o ponto exato onde se colocar uma porta
de onde eu possa ver de um lado a noite
do outro somente o dia
sem o efeito da janela sobre o porão
 sem mais amanheceres e anoiteceres
sem mesclas de luz e escuridão