sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Enigmar: obscurecer o que por natureza é claro

 
desafio-te a despir-me desta capa de pele e gelo
e enxergar-me através daquilo que transpareço
desafio-te a decifrar meu código secreto, numa única charada
não aquele que vem impresso nos ácidos genéticos, o da alma

queria vê-lo debruçar-se sobre os meus rascunhos
inquieto, me procurando à esmo entre linhas e absurdos
me destramar, descosturando cada um dos meus passos
e nas pedras e nos tropeços, compreender os meus remendos

não me julgue pelo o que narra a contra capa
linhas do tempo são apenas fatos, retórica tola
nos movemos entre presente e passado pela ponte da saudade
a ordem exata dos sentimentos zomba de qualquer lógica

compreenda-me não por aquilo que vê
mas por aquilo que sente
é tão simples...

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