você sabe até onde leva este caminho?
se arriscaria por um atalho embrumado?
o barqueiro se aventura, guiando-se pela margem
um horizonte perpendicular ao destino
atravessa os véus de névoas, tão geladas
sentindo medo, como se o espírito lhe fosse tirado
restando sobre o barco, apenas um homem e o seu propósito
atravessar
e atravessa tão facilmente, que parece que vai voltar
nada, além do fato da sua ausência, permanece imutável
os astros seguem sua rota milenar, os mares se agitam sob as gaivotas
a bruma se rasga entre os raios do sol, colorindo as flores antes desbotadas
o inverno cede o palco à primavera, a angústia rasa
as lágrimas que secam rolam cristais para o oceano
e então eu sei que o barqueiro já não rema de volta
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